Passar para o Conteúdo Principal Top
Câmara Municipal de Montalegre
Hoje
Hoje
Máx C
Mín C
Amanhã
Amanhã
Máx C
Mín C
Depois
Depois
Máx C
Mín C

'Vespa das galhas do castanheiro'

"Vespa das galhas do castanheiro"
"Vespa das galhas do castanheiro"
"Vespa das galhas do castanheiro"
"Vespa das galhas do castanheiro"
"Vespa das galhas do castanheiro"
"Vespa das galhas do castanheiro"
"Vespa das galhas do castanheiro"
"Vespa das galhas do castanheiro"
"Vespa das galhas do castanheiro"
"Vespa das galhas do castanheiro"
06 Junho 2017
Decorreu na sede da junta de freguesia de Solveira, concelho de Montalegre, uma sessão de esclarecimento sobre a "vespa das galhas do castanheiro". Trata-se de uma praga que afeta a produção de castanha e foi detetada na ultima primavera, na região. O município, em colaboração com a REFCAST (Associação Portuguesa da Castanha) e Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), já iniciou a luta biológica em três soutos do concelho - dois na União de Freguesias de Vilar de Perdizes e Meixide e um na freguesia de Morgade.
Devido à importância que a produção de castanha representa para a economia transmontana, tem-se assistido a uma grande mobilização na luta contra a vespa que, à semelhança do que já aconteceu em outros países europeus, se não for travada, pode eliminar até 80% da produção nos próximos anos. O principal objetivo é evitar o alastrar desta praga, que ataca as folhas da árvore, provocando a redução do crescimento dos ramos, o desenvolvimento de frutos - o que faz diminuir, drasticamente, a produção e a qualidade da castanha - e que pode mesmo matar a árvore. A autarquia está a intensificar as ações de prevenção e sensibilização junto da população, pedindo aos agricultores que comuniquem quando detetarem árvores infestadas.
 
COMBATE BIOLÓGICO
 
Ao mesmo tempo, contando com a colaboração da Associação Portuguesa da Castanha (REFCAST) e da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), está a proceder-se à largada de parasitas que podem eliminar esta praga junto a áreas infestadas. Trata-se dos parasitas Torymus sinensis, insetos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capazes de a conter. Estes parasitas, que estão a ser utilizados um pouco por todo o Mundo, são considerados como o combate mais eficaz, não causando qualquer impacto em termos ambientais nem na biodiversidade, já que apenas atacam as larvas da vespa do castanheiro, sendo completamente seguros para as abelhas e outros insetos.
 
«DEFESA DO PATRIMÓNIO»
 
Presente na sessão esteve Orlando Alves, presidente da Câmara de Montalegre. Atento ao que ouviu, o autarca defende que a autarquia está empenhada em «unir esforços para defender o património do concelho e o bem-estar das nossas populações». O número um do executivo municipal lembrou ainda que «a produção de castanha tem um peso significativo na economia local».
 
«COMUNICAR ÁREAS AFETADAS»
 
Para Cândido Henriques, coordenador técnico da Associação Portuguesa da Castanha, estas ações de sensibilização permitem aos produtores «tomarem conhecimento sobre como identificarem e agirem contra esta praga». Os agricultores devem vistoriar os soutos e, caso se verifique, «devem retirar e queimar as galhas». Por sua vez, em locais muito afetados, concluiu, «devem comunicar às entidades para procederem à prospeção e validação de focos para o ano seguinte».
 
PRAGA COMBATIDA NO CONCELHO
 
Na última Primavera, o concelho de Montalegre assistiu à chegada da doença da "Vespa das Galhas do Castanheiro" aos soutos existentes em muitas freguesias. Estamos perante uma doença que, desde 2014, assola o território de Portugal, tendo começado a fustigar os soutos da região do Minho e estendido o seu raio de ação por toda a zona Norte e Centro. Esta doença faz agora a sua chegada a vários concelhos da região de Trás-os-Montes, como são exemplo Montalegre, Chaves e Boticas, entre outros. Ao mesmo tempo, há registos que revelam que continua a expandir-se com muita rapidez e intensidade. A doença, sublinhe-se, começou a manifestar-se em plantas provenientes de viveiros já infestadas, em plantações jovens e alastrou para todos os povoamentos instalados. Resulta da picada de um inseto nos gomos das plantas que os destrói e vai induzir a formação de galhas nos ramos. Em consequência, o desenvolvimento da planta vai ser fortemente prejudicado resultando uma diminuição do crescimento dos ramos e formação do fruto, provocando prejuízos graves na produção da castanha.
 
O QUE FAZER?
 
Cada inseto põe cerca de 100 a 150 ovos que podem levar à formação de 100 a 150 novos insetos infestantes, pelo que a remoção e queima das galhas que se encontram nos castanheiros promove a luta contra esta praga. O tratamento químico desta praga é pouco eficaz e tem grande impacto negativo no ambiente, pelo que se aconselha a luta biológica. Recomenda-se aos proprietários que procedam à luta cultural e retirem e queimem as galhas que vão encontrando nos seus castanheiros. Se os castanheiros estiverem fortemente atacados pela doença devem comunicar ao município - através do Gabinete Técnico Florestal - à Direção Regional de Agricultura ou à Refcast, para iniciar o processo que culminará com a luta biológica.
De salientar que a Câmara Municipal de Montalegre já iniciou, no presente ano, a luta biológica em três soutos do concelho: dois na União de Freguesias de Vilar de Perdizes e Meixide e um na freguesia de Morgade. A prospeção dos locais afetados pela doença continua, estando já identificados mais algumas áreas com condições para se proceder à luta biológica, nomeadamente nas freguesias de Solveira, Santo André, Gralhas, Cervos, Chã, Sarraquinhos e Cabril. A luta biológica consiste na introdução de um inseto, Torymus sinensis, parasitoide das larvas do Dryocosmus kuriphilus, nos soutos afetados. Até ao momento, o município procedeu à aquisição deste parasita e à sua largada, nas localidades de Vilar de Perdizes e Rebordelo onde se detetou a doença pela primeira vez. A aquisição deste parasitoide foi possível através do protocolo BioVespa que integra um conjunto de parceiros desde municípios, instituições de investigação e outros, tendo como observadores a Direção Regional Agricultura e Pescas do Norte e Centro.