XX Feira do Fumeiro inaugurada

A neve que pinta ao de leve a vila de Montalegre saudou a inauguração da XX Feira do Fumeiro e Presunto de Barroso, evento de porta aberta até domingo no pavilhão multiusos.

Este ano a inauguração decorreu no interior do espaço da feira onde foi instalado um palco para onde subiram os oradores. Todavia, antes das palestras, um coro de jovens da terra interpretou o hino oficial dos 20 anos da Feira do Fumeiro para gáudio de uma assistência que aplaudiu com fervor a ideia.

 

 

Foi Fernando Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, que começou a falar. Um discurso informal onde lançou um desafio aos jovens da terra para «agarrem esta filão que é o fumeiro!», deixando garantias de que a autarquia «prestará todo o apoio que for necessário aos projectos que lhe forem apresentados».

Acompanhado de perto por outras individualidades, entre elas o governador civil de Vila Real, Alexandre Chaves, e o vice-presidente da entidade regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Júlio Meirinhos, o edil afirmou: «temos um negócio que sabemos fazer, temos mercado, nada a inventar e por isso vamos agarrar este negócio», palavras dirigidas aos mais jovens para que «ganhem sentido empresarial», adiantando que «vamos todos cerrar fileiras e aproveitar este filão que ainda tem muitas pernas para andar para que se crie riqueza e se desenvolva o concelho e a região».

 

 

Fernando Rodrigues sublinhou que estamos perante «o maior cartaz da região». Um enorme recurso económico, maior receita agrícola: «entre o negócio directo gerado no pavilhão multiusos, ao longo destes quatro dias, e o negócio indirecto, que se relaciona sobretudo com a restauração e a hotelaria estamos perante uma facturação que ronda os cinco milhões de euros», sendo que em todo este volume se contabiliza já «tudo o que acontece para além da feira».

O autarca fez questão de ressalvar que «é nos momentos de crise e de dificuldades, como este tempo que estamos a atravessar, que temos de aplicar ainda melhor o dinheiro público» e por isso «o investimento nesta edição da Feira do Fumeiro, em que celebramos 20 anos, foi ainda maior, na certeza de que vale a pena investir em iniciativas que geram riqueza e geram emprego e a Feira do Fumeiro é um extraordinário exemplo disso mesmo».

 

 

Segundo contas da organização mais de um milhão pessoas já visitou a Feira do Fumeiro de Montalegre. Um número impressionante que avalia bem o impacto económico e turístico que este cartaz representa não só para o concelho como para a região. Fernando Rodrigues explica a razão deste sucesso: «isto acontece porque há qualidade do produto, há qualidade humana, temos uma enorme beleza paisagística, um alto valor patrimonial. A Feira do Fumeiro é uma festa. Uma festa da cultura, com chegas de bois, concertinas, desgarradas, bandas, gastronomia...é um grande filão que representa emprego e riqueza. É um cartaz duradouro, com vitalidade, que fica na memória das pessoas».

 

 

Alexandre Chaves, governador civil de Vila Real, voltou a homenagear as mulheres de Barroso na cerimónia de abertura da XX Feira do Fumeiro: «este certame é um caso de sucesso no país. Deve-se aos homens e às mulheres que souberam manter a tradição até aos nossos dias. Uma palavra particular para as mulheres do Barroso. Sem elas não seria possível tudo isto. São elas que sabem fazer este trabalho notável que podemos apreciar. São elas as grandes transmissoras deste grande espectáculo de carnes».

 

 

Até domingo esta XX Feira do Fumeiro e do Presunto de Barroso está de porta aberta, no pavilhão multiusos de Montalegre, com 119 produtores. As dezenas de milhares de visitantes que são esperados na capital do Barroso vão deparar-se com 758 presuntos, 436 pás, 733 pernis, 1619 pés, 456 queixadas, 484 cabeças, 442 peitos, 796 barrigas, 7.115 kg de chouriças de carne, 3.997 kg de salpicão, 8.345 kg de alheiras, 2.780 kg de chouriços de abóbora, 3.080 kg de sangueiras, 1.493 kg de farinheiras, 2.160 bicas de carne, 500 folares, pão de centeio, mel de Barroso e chás e licores de Vilar de Perdizes. A participação dos restaurantes do concelho é outro aspecto importante a referir, com um variado e qualificado cardápio com ementas ou pratos feitos à volta das iguarias que o porco doméstico dá e onde o famoso cozido à barrosã impera.

Para uma melhor orientação e acompanhamento do certame consulte o programa anexo.