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Seminário | 'Planalto da Mourela'
30 Abril 2011
O auditório municipal de Montalegre acolheu o seminário de encerramento do projeto "A conservação dos urzais e o desenvolvimento sustentável no planalto da Mourela". Um encontro aberto à população que contou com as presenças, entre outros, da embaixadora da Noruega, Inga Magistad, Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Fernando Rodrigues, Diretor do DGAC-Norte/PNPG, Lagido Domingos, Coordenador da unidade de gestão Nacional EEA Grants, António Chaves e o vogal do Conselho de Administração da ADERE-PG, Joaquim Cracel Viana.
Apresentado em Fevereiro passado, o projeto "A conservação dos urzais e o desenvolvimento sustentável no planalto da Mourela", mostrou as suas conclusões num seminário de encerramento realizado no auditório municipal de Montalegre.
A sessão de abertura contou com a presença da embaixadora da Noruega (Inga Magistad), Presidente da Câmara Municipal de Montalegre (Fernando Rodrigues), Diretor do DGAC-Norte/PNPG (Lagido Domingos), Coordenador da unidade de gestão Nacional EEA Grants (António Chaves) e com o vogal do Conselho de Administração da ADERE-PG (Joaquim Cracel Viana).
OBJETIVOS
Sublinhar que esta ação foi desenvolvida no âmbito do projeto de financiamento EEA Grants, um mecanismo financeiro do espaço económico europeu com o financiamento da Irlanda, Liechtenstein e Noruega, esta com 700 mil euros de verba. O projeto teve início em Março de 2009, promovido pela ADERE-Peneda Gerês em parceria com a Câmara Municipal de Montalegre, o INCB/PNPG, a empresa Natura e Usos e a Universidade de Bergen.
A realização deste seminário pretendeu dar a conhecer os trabalhos desenvolvidos no âmbito deste projeto, nomeadamente as ações de campo (roço de mato, condução de giestal, fogo controlado e apoio às vezeiras) realizadas nos sete baldios do planalto da Mourela: Covelães, Paredes do Rio, Pitões das Júnias, Sezelhe, Travassos e Tourém. Paralelamente, foi recuperada a casa de Pitões das Júnias para um centro interpretativo, pretendendo explicar a importância destas ações no desenvolvimento sustentável de toda esta área e das populações. Este centro está muito vocacionado para a receção de escolas, através da apresentação dos materiais produzidos, de uma exposição, um guia de campo, materiais pedagógicos, percursos interpretativos, quiosques multimédia, um documentário e folhetos.
ELOGIOS À NORUEGA
Fernando Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, começou o discurso pelo forte elogio ao povo da Noruega representado, nesta sessão, pela embaixadora: «quero deixar um particular agradecimento ao povo da Noruega. Trata-se de um projeto da maior importância para o mundo rural e para as suas gentes. Nós em Montalegre há muito que conhecemos o sentido de solidariedade e ajuda da Noruega. Lembro-me que a Noruega disponibilizou casas para os retornados. O próprio Centro de Saúde de Montalegre teve os primeiros serviços públicos eficientes com a ajuda do povo da Noruega. Nós somos gratos e já fizemos algum reconhecimento público ao deixar na toponímia um nome com Avenida da Noruega». Sem se deter, o edil reforçou: «a Noruega é um dos países que mais apoia o desenvolvimento dos países mais fracos, mais pobres. É um apoio importante porque permitiu fazer esta parceria e um investimento de perto de 700 mil euros. Este projeto permitiu fazer um tratamento dos urzais, das pastagens, apoio a infraestruturas ligadas ao turismo, tudo com o objetivo de proteger o ambiente, garantir o equilíbrio da biodiversidade e desenvolver, de forma sustentada, o território».
MUNDO RURAL
REVITALIZADO
Para o presidente da Câmara de Montalegre este apoio concedido pela Noruega obriga a quem o recebe de lutar por melhores condições respeitando o investimento no fomento de uma mentalidade mais ambiciosa: «foi um grande apoio à revitalização do mundo rural. As localidades que beneficiaram deste projeto estão satisfeitas pelo investimento que se fez. Têm hoje melhores condições na exploração da pecuária, estão melhores na oferta dos seus recursos turísticos e têm melhores condições para promover esta parcela do território nacional que é o PNPG. Haja agora quem tenha pernas para andar». Para o autarca o arrojo é fundamental sob pena de hipotecar o futuro: «nós não podemos estar sempre à espera que os outros façam aquilo que nos compete. Há aqui um investimento de 700 mil euros. Foi dinheiro que entrou na economia, para os bolsos de empresários locais, como tal, vamos aproveitar estas condições que se criaram com este investimento para mostrar, também, que há resultados com o dinheiro que se gasta. Espero que este dinheiro sirva para termos mais riqueza, mais gado na serra, na Mourela».
PROJETO DE SUCESSO
Sempre no tom que o carateriza, Fernando Rodrigues voltou à carga ao lembrar que estamos perante um projeto que alavanca o concelho ao mesmo tempo que garantiu que as aldeias inseridas no PNPG apresentam outros trunfos em comparação com as restantes: «é um projeto de luta contra a desertificação das nossas aldeias e é um projeto de sucesso como tem sido outras intervenções no PNPG. As aldeias do parque estão melhor que as outras. Se falarmos em Pitões até é um exemplo. Como é que uma terra que tem pouca terra produtiva, pouca terra arável, com pouco solo de qualidade, como consegue ter tanta gente, tanto gado e resistir tanto à tentação da fuga para o estrangeiro, para as cidades, para o mundo urbano?».
Findas as intervenções foi servida uma mostra de produtos tradicionais da região para todos os participantes.
EeaGrants - O que é?
Aprovado em Março de 2009 e com fim agendado para Abril deste ano, o projeto EeaGrants foi desenvolvido pela ADERE-Peneda Gerês para o planalto da Mourela subordinado ao tema "A conservação dos urzais e o desenvolvimento sustentável do planalto da Mourela". Uma ação que tem como parceiros o ICNB – PNPG, a Câmara Municipal de Montalegre, a Associação de Baldios do PNPG e a Natura e Usos.
Estamos a falar de um projeto que tem por fim «intervir de forma integrada no território do Parque Nacional, particularmente no planalto da Mourela, de modo a promover o uso sustentável dos matos/urzais, contribuindo para a conservação da biodiversidade e para a melhoria das condições sócio-económicas das populações rurais e, ainda, para a diminuição da perda de património cultural, representado pela perda de conhecimento da utilização das técnicas tradicionais nas novas gerações».
Para que todas estas intenções sejam concretizadas, a organização defende a necessidade de «intervir diretamente no território reabilitando a organização e a gestão comunitária tradicionais, assentes na autoridade do baldio e dos seus órgãos de gestão». Para tal «será necessário fornecer apoio técnico e condições materiais a estes orgãos para aumentar a sua capacidade de intervenção nas respetivas áreas, nomeadamente, nas áreas de matos/urzais. Esta intervenção inclui também a promoção da tradição da organização do gado em vezeira e a reabilitação da complementaridade de técnicas tradicionais de maneio das áreas de pastagem, particularmente as queimadas, o roço e capinagem dos matos/urzais e a condução da giesta e da genista».
Uma outra vertente deste projeto «envolve a utilização destas práticas de maneio do gado e dos urzais como instrumentos na estratégia da Educação para o Desenvolvimento Sustentável de jovens em idade escolar, da população local e de visitantes do Parque Nacional. Para tal propõe-se a criação de um Centro de Interpretação que funcionará como local de receção, divulgação, sensibilização e promoção educativa das práticas tradicionais referidas. O próprio sistema agrário funcionará como instrumento de sensibilização e de educação ambiental».
Como complemento propõe-se «a criação de um Centro de Acolhimento que permitirá o alojamento de grupos de visitantes, particularmente de estudantes, de modo a permitir a sua interação com a população local e com a aplicação das técnicas de maneio dos matos/urzais, no terreno».
A última vertente deste projeto «visa a valorização turística deste sistema agrário tradicional, através da criação de percursos interpretativos e da promoção de eventos ligados ao gado, à agricultura e à pastagem, que funcionem como polos de atração turística para este território, promovendo assim o aparecimento de pequenas empresas ligadas ao sector e de novas oportunidades de emprego, contribuindo para a melhoria do bem estar social e económico da população local residente.
Aprovado em Março de 2009 e com fim agendado para Abril deste ano, o projeto EeaGrants foi desenvolvido pela ADERE-Peneda Gerês para o planalto da Mourela subordinado ao tema "A conservação dos urzais e o desenvolvimento sustentável do planalto da Mourela". Uma ação que tem como parceiros o ICNB – PNPG, a Câmara Municipal de Montalegre, a Associação de Baldios do PNPG e a Natura e Usos.
Estamos a falar de um projeto que tem por fim «intervir de forma integrada no território do Parque Nacional, particularmente no planalto da Mourela, de modo a promover o uso sustentável dos matos/urzais, contribuindo para a conservação da biodiversidade e para a melhoria das condições sócio-económicas das populações rurais e, ainda, para a diminuição da perda de património cultural, representado pela perda de conhecimento da utilização das técnicas tradicionais nas novas gerações».
Para que todas estas intenções sejam concretizadas, a organização defende a necessidade de «intervir diretamente no território reabilitando a organização e a gestão comunitária tradicionais, assentes na autoridade do baldio e dos seus órgãos de gestão». Para tal «será necessário fornecer apoio técnico e condições materiais a estes orgãos para aumentar a sua capacidade de intervenção nas respetivas áreas, nomeadamente, nas áreas de matos/urzais. Esta intervenção inclui também a promoção da tradição da organização do gado em vezeira e a reabilitação da complementaridade de técnicas tradicionais de maneio das áreas de pastagem, particularmente as queimadas, o roço e capinagem dos matos/urzais e a condução da giesta e da genista».
Uma outra vertente deste projeto «envolve a utilização destas práticas de maneio do gado e dos urzais como instrumentos na estratégia da Educação para o Desenvolvimento Sustentável de jovens em idade escolar, da população local e de visitantes do Parque Nacional. Para tal propõe-se a criação de um Centro de Interpretação que funcionará como local de receção, divulgação, sensibilização e promoção educativa das práticas tradicionais referidas. O próprio sistema agrário funcionará como instrumento de sensibilização e de educação ambiental».
Como complemento propõe-se «a criação de um Centro de Acolhimento que permitirá o alojamento de grupos de visitantes, particularmente de estudantes, de modo a permitir a sua interação com a população local e com a aplicação das técnicas de maneio dos matos/urzais, no terreno».
A última vertente deste projeto «visa a valorização turística deste sistema agrário tradicional, através da criação de percursos interpretativos e da promoção de eventos ligados ao gado, à agricultura e à pastagem, que funcionem como polos de atração turística para este território, promovendo assim o aparecimento de pequenas empresas ligadas ao sector e de novas oportunidades de emprego, contribuindo para a melhoria do bem estar social e económico da população local residente.
O projeto tem um montante total de 699.086,00 e encontra-se dividido em 5 ações:
Ação 1 - Organização do gado em vezeiras e conservação dos urzais;
Ação 2 - Reabilitação de um centro interpretativo;
Ação 3 - Reabilitação de um centro de acolhimento;
Ação 4 - Sinalização de percursos interpretativos e elaboração de material;
Ação 5 - Trabalho técnico e publicidade do projeto.
Ação 2 - Reabilitação de um centro interpretativo;
Ação 3 - Reabilitação de um centro de acolhimento;
Ação 4 - Sinalização de percursos interpretativos e elaboração de material;
Ação 5 - Trabalho técnico e publicidade do projeto.