Passar para o Conteúdo Principal Top
Câmara Municipal de Montalegre
Hoje
Hoje
Máx C
Mín C
Amanhã
Amanhã
Máx C
Mín C
Depois
Depois
Máx C
Mín C

Montalegre vai ter uma CERCI

12 Julho 2011
Foi realizada, no salão nobre da Câmara Municipal de Montalegre, a primeira reunião preparatória para a instalação de uma CERCI (Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas) sediada em Montalegre que irá cobrir não só o Barroso como todo o Alto Tâmega. Uma aposta encarada pela autarquia de Montalegre com «entusiasmo» dadas as necessidades sentidas de um concelho que já tem sinalizadas 40 pessoas com idade superior a 16 anos.
CERCI de Barroso e Alto Tâmega. É esta a designação oficial da futura CERCI que terá sede em Montalegre e que irá responder aos apelos não só do Barroso como de todo o território do Alto Tâmega.
A primeira reunião de trabalho ocorreu no edifício da Câmara Municipal de Montalegre que contou com as presenças, entre outros, do vice-presidente da direção da Fenacerci (Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social), Rogério Cação, e da presidente da assembleia geral, Julieta Sanches, uma barrosã natural de Padroso, concelho de Montalegre.
Informar que CERCI’s são Cooperativas de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas que «nascem da iniciativa própria de pais, técnicos e pessoas interessadas e inscrevem-se num movimento alargado de solidariedade social dando testemunho da energia dinâmica da nossa sociedade na procura da resolução dos problemas da deficiência mental». Neste sentido, «assumem-se como entidades prestadoras de serviços e intervêm inicialmente como Escolas de Educação Especial supletivamente numa área da competência e obrigação do Estado».
 
CÂMARA DISPONIBILIZA
FUTURAS INSTALAÇÕES
 
Irene Esteves, em nome da autarquia de Montalegre, explicou o nascimento desta aposta: «nós há algum tempo que andávamos a pensar que Montalegre precisava de uma organização que resolvesse o problema das famílias com jovens com deficiência. Surgiu agora esta oportunidade através da CERCI porque a presidente da assembleia geral da Federação Nacional das CERCI é uma pessoa que nasceu em Padroso, portanto é de Montalegre, e desde logo surgiu esta possibilidade de se criar uma CERCI em Montalegre. Houve, desde o primeiro momento, por parte da Câmara Municipal, a disponibilidade em apoiar naquilo que fosse necessário. O senhor presidente disponibilizou já toda a ajuda necessária para as instalações. Temos já duas hipóteses onde ele se compromete a fazer todas as obras necessárias para a instalação da CERCI desde que a Segurança Social comparticipe e faça o acordo de cooperação com a CERCI».
 
CENTRO DE ATIVIDADES
OCUPACIONAIS
 
Por outras palavras, em matéria formal a CERCI de Montalegre será sempre uma realidade. A componente prática está depende do obrigatório acordo com a segurança social que viabilize o funcionamento. Irene Esteves esclarece: «nós vamos arrancar com todos os problemas e contingências sociais que temos neste momento. Estamos numa altura de crise que, se calhar, não era a melhor altura para começar mas também é nestas alturas que nos unimos e, se calhar, vamos arrancar até com outra vontade e empenho». Outra das dificuldades é a extensão do concelho com mais de 800 km2: «numa primeira fase vamos arrancar com um centro de atividades ocupacionais onde os utentes do serviço irão diariamente para casa. Isto pode implicar que em vez de termos uma carrinha termos duas ou três para não se perder muito tempo nas viagens». Um revés que não desarma a «confiança» em todo o pessoal envolvido, garante a responsável.
 
«ISTO É UM ENTUSIASMO!»
 
Na qualidade de presidente da assembleia geral da Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social, Julieta Sanches, não escondeu a emoção pelo movimento CERCI aterrar no Barroso, mais concretamente no concelho de Montalegre de onde é natural: «isto é um entusiasmo! Tivemos a sala quase cheia com pessoas com necessidades de apoio. Para nós é muito estimulante porque temos um grupo de pessoas que está a abraçar esta causa como sua. A nós compete-nos ajudar este grupo e estamos muito felizes. Eu, desde logo, estou na minha terra o que para mim é uma honra e estamos felizes pela receção que tivemos por parte do senhor presidente da Câmara pelo seu entusiasmo e empenhamento. Disse que está tão empenhado quanto nós em criar esta resposta que não existe aqui em Montalegre e que era uma grande preocupação dele. Nós temos as portas abertas no sentido de construir algo que de certeza irá melhorar a qualidade de vida das famílias que têm filhos com deficiência. Num primeiro momento, como é natural, não vamos poder atender todas mas isto é um caminho que se faz caminhando».
Dizer que a última CERCI que nasceu foi em Macedo de Cavaleiros. Em embrião, para além de Montalegre, está a de Braga. A CERCI mais perto de Montalegre habita em Fafe.
 
HISTÓRIA
 
Fundadas a partir de 1975, as CERCI’s (Cooperativas de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas), inicialmente, direcionavam a sua intervenção para crianças e jovens em idade escolar, face às quais o sistema educativo de então, não oferecia quaisquer respostas pedagógica e socialmente aceitáveis. No entanto, progressivamente foi sentida a necessidade de serem criadas novas soluções de modo a adequarem-se às diferentes etapas de desenvolvimento dos utentes (crianças, jovens e adultos) para que a sua integração na sociedade se realizasse de forma plena e efetiva.
Com base na experiência obtida nas escolas de educação especial e com o envelhecimento da população a quem prestam apoio, as CERCI’s foram criando outras valências com o objetivo de abrangerem diversas faixas etárias. Desta forma, foram criados Centros de Formação Profissional, Centros de Apoio Ocupacional, Unidades Residenciais, Unidades de Intervenção Precoce, Centros de Emprego Protegido e Enclaves.
Até ao final da década de 80 o maior número de utentes das CERCI’s encontrava-se na valência de educação especial. Esta valência procura criar apoios para as crianças e jovens dos 6 aos 15 anos, que por várias razões foram excluídos do ensino regular; promove o desenvolvimento integral das crianças com necessidades educativas especiais, ao nível das aquisições escolares, da autonomia pessoal, procurando sempre que possível a sua integração no sistema regular de ensino.
Os Centros de Formação Profissional surgiram em 1988, em virtude dos apoios canalizados pelo Fundo Social Europeu, permitindo aos jovens desde os 16 anos adquirirem competências, atitudes e destrezas profissionais, que lhes permitem uma integração sócio-profissional em mercado aberto.
Outra área de real importância diz respeito ao emprego da pessoa com deficiência mental, onde se tem vindo a verificar a inserção de alguns jovens no mercado normal de trabalho. Na procura permanente de emprego para a população atendida, as CERCI’s têm de igual modo investido na implementação de estruturas protegidas, como é o caso dos Centros de Emprego Protegido e Enclaves, destinadas a jovens cujo perfil não é compatível com as exigências de um posto de trabalho convencional.
Para os jovens maiores de 18 anos com deficiência mental severa e profunda, cuja integração sócioprofissional é muito difícil, foram criados como resposta alternativa os Centros de Apoio Ocupacional. Nestes centros os utentes, visando a otimização das suas capacidades, realizam atividades socialmente úteis ou de caráter meramente ocupacional, sempre na perspetiva de dignidade humana e de respeito pelas suas diferenças. Para os utentes cujo enquadramento sóciofamiliar se encontra desagregado ou é praticamente inexistente, existem as Unidades Residenciais para a prestação de cuidados adequados às suas necessidades, favorecendo o seu bem-estar, autonomia social e proporcionando tanto quanto possível uma vivência familiar.
Nesta última década têm-se implementado também outras áreas de intervenção, que embora apareçam em menor número, desempenham um papel de acentuada relevância, como é o caso da Intervenção Precoce, a qual tem como objetivo prioritário a estimulação e a integração de crianças com atrasos globais de desenvolvimento.
Atualmente, nem todas as CERCI’s têm todos os tipos de valências, uma vez que estas têm sido criadas consoante as suas necessidades e a comunidade em que se encontram inseridas. Apesar do melhoramento qualitativo e quantitativo de respostas encontradas nos últimos anos, as CERCI’s permanecem empenhadas na busca premente de mais e melhores soluções como resposta aos novos desafios que vão surgindo.
Montalegre vai ter uma CERCI
Montalegre vai ter uma CERCI
Montalegre vai ter uma CERCI
Montalegre vai ter uma CERCI
Montalegre vai ter uma CERCI
Montalegre vai ter uma CERCI
Montalegre vai ter uma CERCI