Concurso Pecuário de Ferral - 60 anos

Como a tradição ainda é mãe, a aldeia de Ferral voltou a realizar o concurso pecuário. Com este ano, somam-se 60 mostras de gado bovino de raça barrosã na aldeia de Montalegre. Orlando Alves, vice-presidente do município, lembra que «é um dos concursos mais antigos da região», contudo, «independentemente da longevidade, o que importa é assinalar a perseverança, este amor manifesto dos produtores». O autarca elucida que «é o amor e devoção que eles têm pela preservação desta espécie que faz com que os concursos perdurem».

 

Orlando Alves recorda que «estas pessoas que se dedicam à agricultura e sobretudo os que se dedicam a este tipo de gado, o barrosão, são pessoas que trabalham por amor a uma causa» e em virtude disso «merecem o nosso respeito». Alerta para a necessidade de termos «sempre consciência que o gado barrosão, património genético de Barroso, é o nosso genoma social e cultural».

 

 

O vice-presidente do município espera que os produtores «continuem perseverantes independentemente de participarem ou não no concurso». Refere que «o que importa é que a terra acredite que o gado barrosão é uma peça fundamental do chamado Ecomuseu» e, por tal, tem que ser convertido «numa mais valia». Na mesma linha de pensamento, Orlando Alves acredita que a solução passa por atrair «pessoas de fora à região». Este feito seria conseguido, na opinião do político, se a carne barrosã fosse «a única espécie a ser comercializada nos restaurantes do concelho de Montalegre». Deste modo seria «marcada efetivamente a diferença entre a nossa carne e a que comem nas outras terra», defende. Não tem dúvidas que «mais importante do que abater o gado e levá-lo às grandes superfícies ou lojas gourmet, é fazer com que as pessoas venham à região, venham à terra, venham ao solar da raça». Acrescenta que nessa situação «o retorno era muito maior e eram muitos mais aqueles que ficavam aqui a ganhar, nomeadamente a restauração».

 

 

Domingos Moura, veterinário municipal e supervisor técnico deste concurso, atesta que este foi «muito agradável e correu muito bem». Alegra-se pelo facto das «pessoas privilegiarem este nosso concurso» e porque «começo a ver mais participantes do concelho de Montalegre». Neste sentido, deixa um conselho aos produtores: «devem entusiasmar-se pelos animais que produzem e pelos animas que criam e não os vendam aos minhotos», isto porque «a maior parte dos animais, se não quase a totalidade dos primeiros prémios e melhores prémios, foram aqui nascidos, aqui criados… só que depois os minhotos vêm aqui comprá-los e é uma pena», lamenta.

 

 

O veterinário municipal elucida que o gado barrosão« é um museu vivo, com quatro patas e dois cornos», consciente que «muitos não lhe dão valor, mas outros gostam e preservam-no». Apesar de reconhecer as «transformações sociológicas das últimas décadas», partilha que «não gostaria de perder esta espécie».

 

 

Presidente da junta de freguesia de Ferral, Amadeu Dias destaca «que nestes últimos anos os produtores do concelho de Montalegre têm aderido mais». Esclarece que este concurso foi menos participado devido «a outro concurso em Guimarães» e assim houve necessidade de «dividir o gado». Apesar da adversidade, ainda foi possível contar com 44 animais em desfile e perto de duas dezenas de produtores.

 

1.ª Classe VACAS
(depois do 2.º desfecho, 1.º parto)

1. António Teixeira – Abadim
2. Carlos Cunha – Fafe
3. António Fernandes – Abadim
4. António Fernandes – Abadim
5. Joaquim Ferreira – Cabeceiras de Basto
6. Alexandre Rocha – Ponte da Barca
7. Maria Martins – Vieira do Minho
8. Carlos Cunha- Fafe
9. Joana Gonçalves – Vieira do Minho
10. António Jorge Teixeira – Bagulhão (1º Barroso)
11. Teresa Miranda – Ferral (2º Barroso)

 

2.ª Classe TOUROS
(depois do 2.º desfecho)
 

1. Joana Gonçalves – Vieira do Minho
2. Carlos Cunha – Fafe
3. José Carvalho – Salto (1º Barroso)
4. Maria Martins – Vieira do Minho
5. Joana Gonçalves – Vieira do Minho
6. António Campos – Salto (2º Barroso)
7. António Jorge Teixeira – Bagulhão (3º Barroso)

 

3.ª Classe NOVILHAS
(com 1.º desfecho, sem parto)

1. Maria Silva – Vila Verde
2. Alexandre Rocha – Ponte da Barca
3. Joaquim Ferreira – Cabeceiras de Basto
4. José Alves – Salto (1º Barroso)
5. João Carvalhosa – Ponte da Barca
6. José Alves – Salto (2º Barroso)

 

4.ª Classe NOVILHOS
(com 1.º desfecho)
 

1. Maria Martins – Vieira do Minho
2. António Jorge Teixeira – Bagulhão (1º Barroso)
3. Joana Gonçalves – Vieira do Minho
4. Ana Magalhães – Salto (2º Barroso)
5. José Alves – Salto (3º Barroso)

 

5.ª Classe MAMOTAS
(sem desfecho)
 

1. Carlos Cunha – Fafe
2. Maria Martins – Vieira do Minho
3. António Teixeira - Abadim
4. João Carvalhosa – Ponte da Barca
5. José Alves – Salto (1º Barroso)
6. Mário Dias – Montalegre (2º Barroso)
7. José Carvalho – Salto (3º Barroso)
8. António Fernandes - Abadim
9. Maria Martins – Vieira do Minho
10. José Carvalho – Salto (4º Barroso)
11. António Campos – Salto (5º Barroso)

 

6.ª Classe MAMOTOS
(sem desfecho)
 

1. Carlos Cunha – Fafe
2. Francisco Martins – Vieira do Minho
3. Abel Correia – Bagulhão (1º Barroso)
4. José Carvalho – Salto (2º Barroso)