Na última noite do mês de Outubro, centenas de pessoas rumaram a Vilar de Perdizes. O propósito foi celebrar o Halloween e conviver num ambiente dedicado ao oculto. As ruas e restaurantes estavam decorados a preceito, bem como a maioria dos presentes. Após o jantar endiabrado foi realizado um percurso pelas ruas da aldeia. A acompanhar esteve a animação do grupo de teatro Filandorra e do Centro de Estudos de Barroso (CEB). A falta de luz, os gritos agudos, o som dos bombos, gaitas e chocalhos tornaram o trilho um hino ao susto. Pelo caminho algumas paragens, com atuações que maravilharam o público.
QUEIMADA PELO BRUXO-MOR
Feita a viagem pelas artérias da aldeia, o grupo rumou para o local onde teve lugar o ponto alto da noite. Antes do ritual da queimada, houve tempo para premiar o melhor mascarado. Reunidas as condições e o bom lume da fogueira, padre Fontes esconjurou o néctar mágico e todos correram para o saborear.
«NOITE DIABÓLICA»
Padre Fontes assegura que esta foi «uma noite fantástica, fabulosa, mítica, diabólica e brincalhona» em parceria com «demónios, espíritos, pragas e feitiçarias». Confessa estar «animado por participar na festa» e dar «o meu contributo para que tudo corra pelo melhor». Não esquece a sua missão e lembra «que é da minha competência dar ânimo às pessoas que me visitam e me procuram».
«ESTAVA DESESPERADO»
A precipitação fez-se sentir em força durante a tarde e inicio da noite. Padre Fontes partilhou que «estava a ficar desesperado» e chegou «a pensar que tínhamos que cancelar o passeio noturno». A chuva e a ameaça da mesma desapareceram, graças «às orações de bom tempo que toda a gente que aqui está proferiu». O São Pedro «teve pena de nós e mandou parar os ventos e tempestades», refere.
«MAIS ATITUDES DE PROVOCAÇÃO»
O pai do Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes acredita que «o concelho de Montalegre precisa de mais manifestações, atrações, ações e divulgação nos meses de frio». Podemos dizer que «este é o primeiro acontecimento de Inverno», uma vez que «já choveu e nevou», brinca Padre Fontes. Na mesma linha acredita que são «precisas mais atitudes de provocação e desafio», que gerem «atração de pessoas à região», conclui.
«ELAS ANDAM AÍ!»
Questionado sobre o paradeiro das bruxas, o padre barrosão responde: «elas andam aí!», para de seguida rematar: «diz que não crêem nelas mas que as há, há!».
MOSTRA DE PRODUTOS DA TERRA
Vilar de Perdizes, com a arte de bem receber, brindou os visitantes com uma mostra e feira de produtos da terra. Elementos vários deram cor às mesas que esperavam pelos olhares curiosos de quem passava. Houve quem aproveitasse a oportunidade para levar para casa o que de melhor há desta região. Frutas diversas, legumes, compotas, marmelada, chás, entre outros, encheram a vista aos forasteiros. Para mais tarde recordar estavam disponíveis para venda camisolas e chapéus pintados à mão, associados às bruxas e a Montalegre.
COMUNICAÇÃO SOCIAL PRESENTE
Vários órgãos da comunicação social, nacional e local, marcaram presença. Através de som e imagem foi possível transmitir a mensagem além dos limites físicos de Vilar de Perdizes. Quem não teve oportunidade de se deslocar à localidade oculta por excelência, pode, graças aos media, alimentar a imaginação da comemoração do dia das bruxas e, por outro lado, atrair mais aficionados.
Halloween 2011 em Vilar de Perdizes - REPORTAGEM SIC
