Está ganha a aposta da Câmara Municipal de Montalegre em mais uma campanha de valorização dos produtos locais. A ideia de oferecer, simbolicamente, uma couve a quem gastasse dinheiro no tecido comercial concelhio foi bem recebida a avaliar pela constante procura a que foi sujeita, não só no núcleo sede do Ecomuseu de Barroso, Montalegre, como também no pólo de Salto. Referir também o enorme interesse despertado pela
comunicação social que deu muito eco desta iniciativa.
«VALOR ACRESCIDO»
Na verdade, quem passou pelas instalações do Ecomuseu de Barroso para receber a couve troncha, teve a possibilidade de «ver o que está exposto na loja do museu», conta David Teixeira. Feitas as contas, «o nível de volume de vendas, na loja do museu, aumentou exponencialmente». As pessoas ao «visitar o espaço sentiram-se agradadas por muitos dos outros produtos que temos disponíveis», afirma. De notar ainda que «várias pessoas que vieram ao museu, principalmente os turistas», traziam faturas de «valores consideráveis», nomeadamente de alojamento e restaurantes, ressalva.
«APOSTA BEM ACOLHIDA
PELOS LOCAIS»
Esta dinâmica gerada pela Câmara Municipal de Montalegre em parceria com o Ecomuseu de Barroso «foi bem acolhida pelos locais». Com o passar dos dias «foi gerada alguma expetativa» na questão se «íamos ou não ter muita gente a visitar-nos», com o propósito de levar a couve da região para casa, comenta.
«OBRIGAÇÃO»
Mais do que uma possibilidade «é uma obrigação» estender esta campanha a outros produtos locais, sustenta David Teixeira. Na mesma linha, acredita que «as pessoas vão perceber que a couve tem saída», tal como outro tipo de produção «que seja bem escolhida» e «escoada por uma grande cadeia comercial». Sem margem para dúvidas, acrescenta que «o mais importante de todo este trabalho é a alteração de mentalidades, em especial nos locais». Mantém a posição de «que é no retorno à terra», que está o potencial.
FUTURO
O regresso à terra é uma ideia há muito defendida pelo responsável do Ecomuseu. Este acredita que aí «reside a possibilidade de negócio, de vida, de futuro». Sem se deter, reforça que «o desenvolvimento sustentado é isto mesmo»: ter uma ocupação primordial e «em part-time, depois do trabalho ou aos fins de semana, ter uma agricultura». Relevo dado a uma «produção de pequena escala, mas de muita qualidade», incentiva David Teixeira.
ALHEIRAS DE MONTALEGRE
NA EXPONOR
No primeiro congresso internacional de gastronomia na Exponor, «as alheiras de Montalegre foram referidas», salienta David Teixeira. No mesmo sentido, foram tecidos bons comentários a «um produto de muita qualidade, alternativo e concorrente direto às famosas alheiras de Mirandela». O entrevistado acredita que «estamos e somos associados a uma gastronomia de qualidade» e é esse «o desafio que se impõe numa temporada turística e gastronómica forte».
«POR FAVOR, PREOCUPEM-SE
EM SERVIR BEM!»
David Teixeira deixa um apelo à restauração: «por favor, preocupem-se em servir bem!». Comentário tecido porque crê «temos a obrigação disso mesmo!». Estamos a atravessar «uma crise económica grave, onde os clientes podem até ser menos», partilha. Contudo, «se não forem bem tratados», por certo «não vão voltar». Encara este "puxão de orelhas" como «a melhor estratégia de promoção», porque, conclui, «a diferença faz-se pela qualidade».
