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80% do concelho sem televisão

14 Maio 2012
A quase totalidade do concelho de Montalegre está sem cobertura de Televisão Digital Terrestre (TDT). Um facto que tem revoltado a população cuja solução, não acessível à maioria, passa pelo recurso à televisão paga. A revolta é de tal ordem que o executivo municipal assinou um comunicado onde dá conta que o contrato celebrado entre ICP/ANACOM/PT «é um ultraje à dignidade dos portugueses e particularmente dos barrosões».

Trânsito para TDT - POVO SOFRE

A conversão do sinal analógico televisivo para a versão digital, aparentemente mais moderna e de maior qualidade, resulta de uma directiva europeia de que Portugal, se compreende, não podia alhear-se ou ficar de fora.
Alguém, portanto, seguindo os ditames da Europa vanguardista, de boa memória, determinou o ajustamento de Portugal ao novo padrão televisivo.
Só que, ao contrário do que por esse espaço de modernidade acontece, e vergonhosamente desenquadrados do modelo europeu que não só impõe, como apoia a conversão e compensa com uma panóplia variada de canais, a mesquinha e anã mente lusitana apenas se preocupou com a adesão.
Quanto ao resto, isto é, quanto à oferta de canais e à justa preocupação em dotar todo o território nacional com o sinal da moda, deixa-nos vergonhosa e ofensivamente no último lugar.
Fatalismo o nosso que em todas as estatísticas não conhecemos outro lugar que não seja um dos do fim.
Na verdade, por cá, muito respeitosamente impôs-se a conversão, contratualizando-a com a operadora PT, desactivando-se os emissores espalhados pelo interior do país e obrigando o povo simples, humilde e trabalhador, já gasto por muitos Janeiros e consequentemente nada virado para as novas tecnologias, a aderir, pagando.
Pagando forte e feio porquanto exposto e desprotegido ao despudor de tanto agente territorial que viu nesta saga de mudança uma oportunidade uma gorda de negócio.
O concelho de Montalegre, nos seus 808 km de superfície e 135 aldeias, foi um dos que ficou a preencher a quota dos 10% do território que as ditosas mentes gestoras de todo este processo dispensaram à PT de cobrir.
Bem tentou o Município partilhar com esta operadora os custos de conversão do emissor da Cerdeira que cobria a quase generalidade do território Barrosão assim como parte significativa do concelho de Vieira do Minho.
Deram-nos como resposta haverem cumprido com o acordado e a nada mais se obrigarem.
Neste momento a generalidade dos Barrosões está sem televisão.
A parte Norte do concelho tem a sorte de beneficiar dos 24 canais espanhóis.
Vilar de Perdizes e Tourém, localidades dotadas com retransmissores das Juntas de Freguesia e que a PT pura e simplesmente desactivou, socorrem-se dos canais galegos e espanhóis que lhes entram casa dentro. E de graça!
Ora será isto que as distantes e frias mentes lisboetas pretendem? Isto é, porem-nos a ver a TVE e TV Galiza?
É assim que se faz a coesão territorial?
O contrato do ICP/ANCOM/PT é um ultraje à dignidade dos portugueses e particularmente dos Barrosões.
Sentimo-nos injustiçados.
Merecíamos ser tratados como portugueses incluindo Barroso na quota dos 90%;
Merecíamos ser tratados como europeus dando ao povo português um pacote mais vasto e educativo do que os miseráveis quatro canais generalistas com que nos adoçam a boca.
Apetece evocar Sá de Miranda que já nos idos seiscentistas dizia de forma poética, mas muito amargurada, "temo-me antes de Lisboa, que ao cheiro desta canela, o reino se despovoa".
 
Montalegre e Paços do Concelho 11 de Maio de 2012
 
Reportagem RTP - Falta de televisão indigna população de Montalegre
 
80% do concelho de Montalegre sem TV
 
 
Reportagem SIC - Falta de televisão indigna população de Montalegre
 
 
Reportagem TV Barroso - Falta de televisão indigna população de Montalegre
 

 
80% do concelho sem televisão