I 'Semana do Barrosão' | «Extraordinariamente positivo!»

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Natural de Salto, o presidente da Câmara Municipal de Montalegre ficou radiante com o impacto da estreia da "Semana do Barrosão". O autarca lança um conjunto de elogios na hora de fazer contas: «o balanço foi extraordinariamente positivo. Não esqueçamos que foi a primeira realização do género. Foi, de certa forma, um "salto no escuro" que se deu em termos de organização. Não podemos ter a perspetiva de tentar programar as coisas com a minúcia que será possível fazer no próximo ano ou nos anos seguintes». Ao todo três dias de atividades, espalhadas por áreas diversas como as inaugurações do Espaço Cidadão e a consagração da vila de Salto como terra do barrosão. A animação foi variada à qual não faltou a tradicional chega de bois. Destaque, também, para as palestras em torno da carne barrosã e para a realização da Confraria Gastronómica.

 

 

Na linha do raciocínio anterior, o líder do executivo municipal acrescenta: «ficou a "semente" lançada para que possamos fazer, com a periodicidade anual, este encontro. É a semana de celebração e de exaltação do nosso património municipal. Fazemos isto sem complexos e sem azedumes». A ilustrar estas palavras, exemplificou: «o que posso dizer é que não faz sentido fazer a feira da castanha na cidade de Valpaços porque é em Carrazedo que está a castanha. Assim como no concelho de Montalegre, toda a gente sabe que é em Salto que toda a gente cria e se dedica à produção do barrosão, como tal, faz sentido que seja aqui a "Semana do Barrosão"».

 

 

Orlando Alves acentua a argumentação: «não há aqui disputas de espécie nenhuma! Não há complexos! O que existe é uma determinação, uma vontade enorme, em seguir um rumo de alicerçar a estratégia da nossa sustentabilidade da região. Alicerçá-la naquilo que é a nossa realidade». A reboque destas frases, o número um da edilidade reforça: «o objetivo foi conseguido. Envolveu-se toda esta gente. Envolveram-se os produtores, a Associação Nacional, a AMIBA, o Agrupamento de Produtores... todos na celebração de um desígnio que, para nós, é uma alavanca de desenvolvimento e de preservação da nossa identidade».

 

 

A fechar a análise a esta primeira "Semana do Barrosão", Orlando Alves aponta a importância do gado barrosão ao castelo de Montalegre: «como costumo muitas vezes dizer, o gado barrosão, para o concelho de Montalegre, tem o mesmo valor que o Castelo de Montalegre. Ninguém gostaria de ver o castelo demolido. Se, eventualmente, viesse um avião e o deitasse abaixo, teríamos que reconstruí-lo. O gado barrosão foi uma peça monumental do nosso património que se descorou, que esteve quase em extinção, e que agora, graças, também, aos esforços do secretariado técnico do livro genealógico, está livre desse perigo». Apesar do trabalho glorioso de recuperação de um dos maiores emblemas do concelho, o autarca deixa dados inquestionáveis: «há que ter a consciência que há 30 anos, havia 35 mil cabeças de gado barrosão no concelho de Montalegre e hoje há 7.500 nos concelhos de Montalegre, Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e Fafe». «Há ainda um longo trabalho a percorrer», rematou.

 

 

Alberto Fernandes, presidente da junta de freguesia de Salto, não disfarçou o contentamento pelo sucesso da "Semana do Barrosão". Um evento que pode ser o motor para outras iniciativas: «foi uma semana agradável para a freguesia de Salto. Superou as expetativas que tínhamos em relação a este evento. Teve muita gente. O parque do Torrão da Veiga teve uma animação enorme. O pessoal de Salto está vaidoso e orgulhoso por esta iniciativa. Tenho a certeza que é para continuar. Se a primeira foi assim, as outras edições serão ainda mais fortes e mais bem organizadas. A ideia é crescer sempre. Irá valorizar muito a nossa vila».