Montalegre | Europeu de Parapente 2018

Ao longo das oito mangas, num total de cerca de 500 kms voados, a nova campeã europeia de parapente liderou as três primeiras mangas, sendo ultrapassada pela seleção suíça - que ocupou o primeiro lugar durante três dias consecutivos - mas a formação de Espanha recuperou a liderança na penúltima etapa e segurou a vitória na derradeira manga da prova internacional de parapente que decorreu entre 16 e 28 de julho em Montalegre. O inglês Theo Warden foi o vencedor, seguido do alemão Torsten Siegel e do italiano Biagio Alberto Vitale. Já no que respeita à prova feminina, a piloto da Seleção de França Seiko Fukuoka manteve o título de campeã da Europa, à frente da compatriota Meryl Delferriere, que fez o segundo lugar, e da suíça Yael Margelisch, que completou o pódio.

PORTUGAL CONQUISTA 15.º LUGAR

Além do 15.º lugar, no total de 28 seleções classificadas, a seleção portuguesa teve em José Rebelo o piloto melhor classificado ao terminar no 39.º posto, entre 150 pilotos. Por seu lado, Sílvia Ventura, a única portuguesa em prova, fez o 18.º lugar, num total de 21 participantes.
O Europeu de Parapente 2018 decorreu, entre 18 e 28 de Julho, em Montalegre. Portugal organizou o campeonato pela primeira vez e esteve representado por uma comitiva de oito pilotos, numa prova que reuniu mais de 150 pilotos, de 40 países entre os quais países convidados: Austrália, China, Japão e Rússia. Os oito pilotos selecionados para o 15.º Campeonato da Europa FAI de Parapente: Carlos Lopes, Eusébio Soares, José Rebelo, Nuno Virgílio, Paulo Silva, Ricardo Rodrigues, Silvia Ventura e Tabanez Fonseca.

 

O voo livre agrupa um conjunto de disciplinas cujo objetivo comum é voar utilizando as forças da natureza e recorrendo à força do próprio piloto para descolar e aterrar. Estas disciplinas são a Asa Delta e o Parapente.

As primeiras tentativas do homem voar com asa de estrutura rígida e movidas pelo impulso de um homem, ocorreu no fim do séc. XIX pelo engenheiro alemão Otto Lilienthal. A Asa Delta, com desenho próximo ao atual, foi inventada e testada em 1963 pelo australiano John Dickenson baseado na asa Rogallo. Os parapentes foram desenvolvidos a partir da década de 60, mas só chegaram à Europa em 1978, altura em que se começou a praticar o voo livre em zonas montanhosas.

Os longos anos de evolução por que passaram estas disciplinas, o crescente aumento do conhecimento científico neste domínio e o surgimento de novos materiais de alta tecnologia têm consolidado estas disciplinas como as mais divulgadas da aviação. Os riscos inerentes a toda a atividade aérea existem também no voo livre. No entanto, a experiência adquirida ao longo dos anos, a qualidade de ajuste e o rigor dos procedimentos de certificação das aeronaves e o conhecimento adquirido em termos do ensino contribuíram grandemente para o aumento de segurança destas modalidades desportivas e de lazer. O voo livre é um desporto sem paralelo, já que voar era o sonho mais antigo do homem, agora é uma paixão.

 

David Teixeira | Vice-presidente da Câmara de Montalegre
«Montalegre esteve, mais uma vez, ao nível dos melhores da Europa. A serra do Larouco afirmou Montalegre neste desporto de elite. Felicito toda a organização e a Federação Portuguesa de Voo Livre que soube ver aqui o sítio ideal para esta competição. Montalegre está de parabéns no alojamento e na receção. Os nossos funcionários foram exemplares. Os que acreditam no turismo, como âncora do desenvolvimento de atividades essencialmente agrícolas e de transformação agroalimentar, tiveram um mês com a presença destes participantes. São os mensageiros deste destino turístico e que falem de nós com carinho. Conseguir terminar uma prova destas sem incidentes é motivo de alegria e a prova de que o turismo de natureza tem futuro no nosso concelho».

Eugénio Almeida | Presidente da Federação Portuguesa de Voo Livre
«Foram meses de preparação que culminaram com esta festa. Tudo graças aos pilotos. Um agradecimento a toda a estrutura autárquica. Estiveram cá os melhores a nível mundial. Estamos satisfeitos porque não houve nenhum incidente. Queremos que Montalegre continue a receber estas competições porque tem todas as condições para isso».

Samuel Lopes | Centro de Atividades de Montanha
«Em termos organizativos, o balanço é altamente positivo e em termos operacionais também foi. Temos uma equipa que está no terreno há muito tempo e que tem já muito conhecimento. Quando tudo corre bem - com mangas altamente competitivas e técnicas - é muito gratificante. Não registamos nenhum apontamento negativo. Foi considerada uma das melhores competições do Mundo e isso o muito positivo para Montalegre e para o país».

José Arantes| Clube Papaventos
«Foi fabuloso. Correu muito bem. Contamos com condições muitos boas para esta competição. Realizamos oito mangas em 10 possíveis. Correu tudo maravilhosamente. A serra do Larouco tem condições fabulosas para continuar a receber estas provas».

Sergi Claret | Seleção espanhola (vencedora)
«Foi uma prova difícil na fase inicial. Ficamos surpreendidos par voarmos oito dos 10 dias possíveis. Estamos muito satisfeitos porque tivemos excelentes condições. Cada dia foi uma prova tecnicamente diferente. Toda a organização foi fantástica, verdadeiramente exemplar. Estamos muito contentes, também porque ganhamos».

 

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