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Aldeia Nova | Centro para dinamizar Património Agrícola Mundial
A Secretária de Estado da Valorização do Interior esteve no antigo centro de formação agrícola da Aldeia Nova - munido com sete edifícios dispersos por nove hectares - onde assistiu à apresentação do projeto do Centro de acolhimento do SIPAM de Barroso, onde se pretende instalar um centro de estudo, divulgação, investigação e até de degustação dos Sistemas Importantes do Património Agrícola Mundial do Barroso (GIAHS/SIPAM). Um investimento que ronda os 900 mil euros à luz de uma candidatura ao Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE). O processo conta, também, com o apoio do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) na área da investigação de valências. Na comitiva, Isabel Ferreira teve a companhia, entre outros, do executivo municipal de Montalegre, do presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, e do Secretário-Geral da ADRAT, António Montalvão Machado. A candidatura para o financiamento deverá ser apresentada até final de setembro.
TEM A PALAVRA
Isabel Ferreira | Secretária de Estado da Valorização do Interior
«Já conhecia o empenho deste território na candidatura para o Património Agrícola Mundial. Tem caraterísticas únicas e é um orgulho porque justifica a qualidade destes produtos endógenos desta região. O projeto também está muito associado ao programa PROVERE, de valorização dos recursos endógenos, que é tutelado pelo nosso Ministério. Contamos com os autarcas que têm sabido, em parceria com as várias instituições, fazer consórcios com as diversas instituições que pensam estratégias para os territórios. É preciso capacitar os territórios, fixar e atrair pessoas, criar dinâmicas que potenciem o emprego e, também, olhar para os recursos endógenos com uma perspetiva de exploração socioeconómica. O Governo está empenhado em apoiar esta classificação porque é um orgulho para todos nós».
Orlando Alves | Presidente da Câmara de Montalegre
«É um projeto importantíssimo para o território de Barroso. É estruturante e âncora de um conjunto de iniciativas que vão ser potenciadoras de desenvolvimento, de criação de postos de trabalho e de fixação de pessoas. É isso que nos interessa. Temos um território bonito e aprazível, devidamente infraestruturado. É preciso direcionarmos as nossas energias para este tipo de projetos. Apresentamos a primeira parte que corresponde a 900 mil euros. Esta verba é suportada em 80% por uma candidatura ao programa comunitário vigente, o PROVERE. Iremos trabalhar em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança. Será a entidade que conduzirá a investigação deste projeto. Temos um selo qualificativo que é preciso preservar. Isso só acontece se investirmos na valorização do território. É um trabalho que se faz progressivamente entre os dois concelhos. Esta distinção é auditada anualmente e é necessário que cumpramos a nossa missão. A ADRAT tem sido a mentora deste processo. Somos uma terra com identidade graças aos nossos antepassados. Isto dá-nos muito orgulho. Este património era do Estado e está abandonado há mais de 15 anos. Será intervencionado e valorizado».
Fernando Queiroga | Presidente da Câmara de Boticas
«Está provado que temos oportunidades e valor. Só queremos que nos ajudem. Temos uma classificação distinta e reconhecida. Temos produtos de altíssima qualidade. Estes territórios podem ser valorizados. A forma de produção dos nossos produtos é diferenciadora. Queremos fixar gente e isso só acontece com inovação e formação. Temos paisagens magníficas, mas se não houver gente degrada-se e perde-se. Temos oportunidades como é o caso da cobertura digital em todo o território. Só precisamos de um sinal de ajuda porque vontade temos muita».
António Montalvão Machado | Secretário-Geral da ADRAT
«Queremos que este centro, que neste momento não é nada, passe a ser um elemento dinamizador de tudo de bom que tem o Barroso. É uma oportunidade que pode alavancar outras atividades na área agrícola, rural ou turística. Queremos aproveitar um espaço com muito valor que está desprezado e desvalorizado e transformá-lo num ativo importante para o território. Temos de introduzir fatores que criem dinâmicas com que sabe e com qualidade. Será um centro dinamizador do espaço da FAO no Barroso com todas as dinâmicas que estiveram por de trás desta distinção. Falamos da paisagem, dos produtos, da cultura, do ambiente, da água, etc. Queremos que seja um local onde as pessoas possam conhecer este projeto e possam ajudar a contribuir para a sua preservação. Da mesma maneira que Barroso recebeu esta classificação é preciso mantê-la com o contributo de todos os barrosões. Assim como foi atribuída também pode ser retirada».
Orlando Rodrigues | Presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB)
«A nossa instituição está muito comprometida com a região e por isso há um conjunto de projetos estratégicos nos quais estamos empenhados em apoiar científica e tecnologicamente. Falamos de um projeto inserido numa classificação mundial que se sustenta na identificação e no reconhecimento de sistemas de agricultura com alta importância mundial. Temos de valorizá-los e isso só é possível com conhecimento. É também importante encontrar estratégias que possam ter o reconhecimento desse valor no mercado. O nosso compromisso é esse. Há muitas ideias que estão as ser trabalhados em complementaridade, como o laboratório colaborativo da água no Alto Tâmega. Há um potencial muito grande e uma capacidade para atrair investigadores de todo o Mundo».
GIAHS/SIPAM DO BARROSO