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Abel Neves - Um ilustre barrosão

04 Dezembro 2014
O texto "Sabe Deus Pintar o Diabo", da autoria do barrosão Abel Neves, venceu este ano o prémio como melhor texto português representado em 2013. O título, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), foi entregue numa cerimónia realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa.
É um dos mais notáveis barrosões do mundo da cultura. Avesso a entrevistas, Abel Neves cedeu ao nosso convite para falar um pouco de si. O pretexto foi o recente prémio que lhe foi atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) na categoria de melhor texto português representado em 2013 ("Sabe Deus Pintar o Diabo"). Com efeito, a obra deste barrosão, nascido em Montalegre em 1956, fala por si. Impressiona como impressiona o facto de grande parte do concelho não o conhecer. Por este facto, a autarquia de Montalegre agradece a amabilidade deste notável filho da terra, um dos mais apreciados dramaturgos e romancistas portugueses, em ter aceite o convite de falar um pouco de si nesta curta entrevista que passamos a transcrever.

Gabinete de Imprensa (GI) - Quem é o Abel Neves?
Abel Neves (AN) - Que poderei dizer a quem não me conhece sobre a possibilidade de me conhecer? Procurando as obras e indagando nas linhas e entrelinhas o que todos mais ou menos vamos sendo por este mundo adiante, e no tempo que nos coube viver. Quem eu sou melhor será dizerem os outros que me conhecem, ou que julgam conhecer-me. Vou indo com a escrita.
GI - Que relações mantem com o concelho de Montalegre?
AN - Nasci em Montalegre e apesar de viver mais a sul sempre mantive relação com a terra e os meus familiares e, mais tarde, com Pitões onde acabei por afeiçoar-me às pessoas e a um palheiro que me serve de abrigo quando para lá vou. Montalegre e Pitões são, para mim, lugares sagrados.
GI - Fale um pouco do seu trajeto profissional...
AN - Desde 1979 que me dedico ao teatro. Integrei uma companhia teatral em Lisboa durante doze anos e posteriormente diversifiquei o meu trabalho pelo mundo audiovisual, particularmente a televisão com vários e diferentes trabalhos - Rua Sésamo, ficção, séries, etc - e pela literatura, assinando aventuras de escrita no universo da ficção narrativa, algum ensaio e poesia, mas continuo ancorado na escrita para o teatro sendo, felizmente, contemplado com o interesse de diversas companhias profissionais, por aqui e noutras geografias, o que me permite ir adiante na escrita dramática. Também coordeno Oficinas de Escrita do Texto Dramático em universidades, centros dramáticos ou companhias teatrais. 
GI - O que representa este último prémio que recebeu?
AN - O prémio que foi atribuído à obra dramática “Sabe Deus pintar o Diabo” representa isso mesmo: um prémio atribuído a uma obra dramática. Tive a sorte de ser uma obra notada e escolhida pelo júri e não teria existido se não tivesse sido convidado a escrevê-la pela Companhia de Teatro de Braga, a convite do seu director, Rui Madeira.
 
OBRA
 
TEXTOS DRAMÁTICOS
 
Amadis [ed. Imprensa Nacional/Casa da Moeda, Lisboa, 1987]
Produção: Comuna-Teatro de Pesquisa, Direcção de João Mota, Lisboa, 1985
Anákis [ed. Sociedade Portuguesa de Autores, Lisboa 1987]
Touro [ed. Europress, Lisboa, 1986]
Produção: Comuna-Teatro de Pesquisa, Direcção de João Mota, Lisboa, 1986
Terra [ed. Edições Cotovia, Lisboa, 1991]
Produção: Comuna-Teatro de Pesquisa, Direcção de João Mota, Lisboa 1991
Medusa [ed. Sociedade Portuguesa de Autores, Lisboa, 1994]
Amo-te
Produção e Direcção de Almeno Gonçalves, Lisboa, 1992
Atlântico [ed. Edições Cotovia, Lisboa, 1997]
Finisterrae [ed. Edições Cotovia, Lisboa, 1997]
Arbor Mater [ed. Edições Cotovia, Lisboa, 1997]
El gringo [ed. Edições Cotovia, Lisboa, 1998]
Produção: Teatro do Montemuro, Direcção de Steve Johnstone, Campo Benfeito, 1996
Lobo-Wolf''' [ed. Edições Cotovia, Lisboa, 1998]
Produção: Teatro do Montemuro e Pentabus Theatre Company, Direcção de Steve Johnstone, Campo Benfeito, 1995
Inter-rail [ed. Edições Cotovia, Lisboa, 1999]
Produção: Comuna-Teatro de Pesquisa, Direcção de Álvaro Correia, Lisboa, 1999
Além as estrelas são a nossa casa [ed. Edições Cotovia, Lisboa, 2000]
Primeira Leitura Pública: Centro Cultural de São Paulo, Direcção de Silnei Silqueira, Setembro de 1998
Produção: A Escola da Noite, Direcção de António Augusto Barros e Sílvia Brito, Coimbra, 2000
Produção: OdivelCultur/Teatro da Malaposta, Direcção de Jorge Estreia, 2001
Produção: Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo, Direcção de Cláudio Lucchesi, São Paulo, 2001
Produção: Compagnie du Zephir e Ferme du Buisson, Direcção de Véronique Bellegarde, Paris, 2002
Produção: Le Zephir/ Le Colombier, Direcção de Véronique Bellegarde, Paris, 2006
Produção: CENDREV, Direcção de José Russo, Évora, 2007
Produção: La Compagnie de la Incertitude, Direcção de Jean-Claude Parent, Bordeaux, 2007
Produção: Compagnie Garnapia, Bouin, 2007
Produção: Compagnie Le Souffleur de Verre, Direcção de Pierre-François Pommier, Cournon d'Auvergne, 2007
Produção: L'Oeil du Silence-Compagnie Théâtrale d'Art & d'Essai, Anglars-Juillac, 2007
Produção: Centre Simone Signoret/Théâtre du Quai À Décors, Direcção de Evelyne Gachet, Bordeaux, 2008
Produção: Compagnie Ici Londres, Direcção de Jean-Marc Haloche, Paris, 2009
Produção: Grupo Lasnoias e cia [textos integrados no espectáculo "Há um crocodilo dentro de mim"] Direcção de Silvana Garcia, São Paulo, 2009
Produção: Tentáculos Espetáculos, Direcção de Guilherme Delgado, Rio de Janeiro, 2012
Olhando o céu estou em todos os séculos
Produção: Espaço das Aguncheiras, Direcção de São José Lapa, Sesimbra, 2012
Supernova [ed. Cena Lusófona, Coimbra, 2000]
Produção: DRAMAT/Teatro Nacional de S. João/Teatro Vila Velha/Teatro Viriato/CENDREV/Assédio, Direcção de Fernando Mora Ramos, Salvador da Bahia, Brasil, 2000
Fénix e Kota-Kota
Produção: Teatro do Montemuro, Direcção de Graeme Pulleyn, Campo Benfeito, 2000
Amor-Perfeito - um disparate em três actos
Produção: OdivelCultur/Teatro da Malaposta, Direcção de Jorge Estreia, Lisboa, 2004
A caminho do oeste
Produção: Teatro do Montemuro, Direcção de Graeme Pulleyn, Campo Benfeito, 2002
Nunca estive em Bagdad [ed. Revista Galega de Teatro, nº 65, Inverno de 2010]
Produção: Fedinchi, Direcção de Jorge Eines, Madrid, 2006
Produção: Lêndias d'Encantar, Direcção de António Revez, Beja, 2008
Produção: Théâtre du Centaure, Direcção de Sophie Langevin, Luxembourg, 2009
Produção: L'Arrière Scène, Direcção de Marcel Gonzalez, Bruxelas, 2010
Produção: A Escola da Noite, Direcção de Sofia Lobo, Coimbra, 2012
Provavelmente uma Pessoa [ed. Revista Magma, Lajes do Pico, 2007]
Produção: Rui Luís Brás/Susana Farrajota/Sala Estúdio do Teatro da Trindade, Direcção de Rui Luís Brás, Lisboa, 2007
Produção: Teatro das Beiras, Direcção de Gil Salgueiro Nave, Covilhã, 2011
Qaribó
Produção: Teatro do Montemuro, Direcção de Paulo Duarte, Campo Benfeito, 2006
Ubelhas, mutantes e transumantes
Produção: Teatro do Montemuro/Teatro das Beiras, Direcção de Gil Salgueiro Nave, Covilhã, 2006
Querido Che
Produção: Sola do Sapato/Teatro Mundial, Direcção de Almeno Gonçalves, Lisboa, 2007
Este Oeste Éden
Produção: A Escola da Noite, Direcção de Sílvia Brito, Coimbra, 2009
Saloon Yé-Yé - o paraíso à espera
Produção: Teatro do Montemuro, Direcção de Graeme Pulleyn, Campo Benfeito, 2009
A Visita
Produção: Teatro Nacional D. Maria II, Direcção de Natália Luiza, Lisboa, 2009
A mãe e o urso [ed. Revista O escritor - Associação Portuguesa de Escritores, nº24/25, Dezembro de 2009]
Produção: LNW Produções Artísticas, Lda, São Paulo (texto integrado no espectáculo "Da possibilidade de alegria no mundo")Direcção de Newton Moreno, São Paulo, 2009
Vulcão [ed. Teatro Nacional D. Maria II/Bicho do Mato, Lisboa, 2009]
Produção: Teatro Nacional D. Maria II/Teatro do Bolhão, Direcção de João Grosso, Lisboa, 2009
O Senhor de La Fontaine em Lisboa [espectáculo de marionetas]
Produção: Lua Cheia, Direcção de Maria João Trindade, Lisboa, 2009
Jardim suspenso - [Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva 2009 - ed. Sextante Editora, Lisboa 2010]
Produção: Teatro Nacional D. Maria II, Direcção de Alfredo Brissos, Lisboa, 2010
Clube dos pessimistas
Produção: Teatrosfera, Direcção de Paula Sousa, Lisboa, 2010
Flores para mim
Produção: Teatro Meridional, Direcção de Natália Luiza, Lisboa, 2011
Atlântica [Leitura Pública com Adriana Londoño, Clovys Torres e Martha Meola]
Produção: "Letras em cena", MASP, Direcção William Pereira, São Paulo, 2012
Sabe Deus pintar o Diabo [Prémio SPA (Sociedade Portugues de Autores) Teatro - 2014: Melhor Texto Português Representado, em 2013
Produção: Companhia de Teatro de Braga, Direcção de Rui Madeira, Braga, 2013
 
ROMANCE
Corações piegas [Edições Cotovia, Lisboa, 1996; Círculo de Leitores, Lisboa, 1998]
Asas para que vos quero [Edições Cotovia, Lisboa, 1997]
Sentimental [Edições Asa, Porto, 1999]
Centauros - imagens são enigmas [Edições Asa, Porto, 2000]
Precioso [Publicações D. Quixote, Lisboa, 2006]
Cornos da fonte fria [Sextante Editora, Lisboa, 2007]
Lisboa aos seus amores (Felizes e Aliança) [Sextante Editora, 2010]

POESIA
Eis o amor a fome e a morte''' [Edições Cotovia, Lisboa, 1998]
Quasi Stellar [Língua Morta, Lisboa, Fevereiro de 2013]

ENSAIO
Algures entre a resposta e a interrogação [Edições Cotovia, Lisboa, 2002]

TRADUÇÕES
Além as estrelas são a nossa casa:
Tradução francesa: "Au-delà les étoiles sont notre maison - Alexandra Moreira da Silva e Jorge Tomé [Éditions Theatrales, Paris, 2004]
Nunca estive em Bagdad:
tradução francesa:"Je ne suis jamais allé à Bagdad" - Alexandra Moreira da Silva [Les Solitaires Intempestifs, Besançon, 2007]
tradução romena: "Niciodata n-am fost la Bagdad" - Adriana Coman - ["Teatru portughez contemporan, Antologie de Andrea Dumitru, Fundatia Culturalã Camil Petrescu, Bucaresti, 2007]
tradução alemã: "Ich war nie in Bagdad" - Marianne Gareis [Revista "Theater der Zeit", Berlin, 2007]
tradução castelhana: "Nunca estuve en Bagdad" - Luz Peña Tovar;
tradução húngara: "Soha nem voltam Bagdadban"- Mohácsi Árpád;
tradução inglesa: "Never been in Bagdad" - Duncan McLean;
tradução polaca: "Nigdy Nie Bylem w Bagdadzie" - Michal Lipszyc [Revista "Dialog", Varsóvia, 2010]
Finisterrae:
Tradução castelhana:"Finisterrae" - Ignacio Pajón Leyra [Ediciones Antigona, Madrid, 2009]
Vulcão:
Tradução francesa: "Volcan" - Alexandra Moreira da Silva.
Provavelmente uma Pessoa:
Tradução francesa: "Probablement quelqu'un" - Jean-Baptiste Fournier.
Clube dos pessimistas:
Tradução francesa: "Le club des pessimistes" - Jean-Baptiste Fournier.
 
ANTOLOGIAS
Teatro
"Anthologie Critique des Auteurs Dramatiques Européens (1945-2000)", Michel Corvin, [éditions Theatrales, Paris, 2007]
"European Theatre Today - 2010 9th edition" [European Theatre Convention, Junho, 2010]
Poesia
"Lisboa com os seus poetas" - Colectânea de Poesia sobre Lisboa, org. Adosinda Providência Torgal e Clotilde Correia Botelho [Publicações D. Quixote, Lisboa, 2000]
"366 Poemas de Amor" - Antologia organizada por Vasco da Graça Moura [Quetzal Editores, Lisboa,2003]
"Poezz - Jazz na Poesia em Língua Portuguesa", org. José Duarte e Ricardo António Alves [Almedina, Coimbra, 2004]
Revista "Telhados de Vidro", nº 16, [Editora Averno, Lisboa, Abril de 2012]
"Deitar a língua de fora", [Edições Língua Morta [032], Lisboa, Julho de 2012]
"Lisbonne - Histoire, Promenades, Anthologie & Dictionaire", sous la direction de Luisa Braz Oliveira, [Bouquins-Éditions Robert Laffont, Paris, 2013]
Conto
O luzeiro da Graça - Antologia "Fotografia de Grupo" [Edições Cotovia, Lisboa, 2003]
Bibliófago - Antologia "Quarentena" [Publicações D. Quixote, Lisboa, 2005]
O homem dos sapatos de verniz [Revista "Magma", Lajes do Pico, 2005]
"O cão e a fala", e "Stephanotis" - Revista "O Escritor" [Associação Portuguesa de Escritores, Lisboa, 2008]
 
ABEL NEVES
Prémio Autores 2014 | Teatro | Melhor Texto Representado | "Sabe Deus Pintar o Diabo"
 

Abel Neves - Um ilustre barrosão