TEM A PALAVRA
Fátima Fernandes | Presidente da Câmara de Montalegre
«É muito bom receber aqui os produtores de pequenos ruminantes para receberem o apoio que a Câmara de Montalegre lhes dá. Ficamos a saber que o número de produtores se mantém na sua maioria, mas que houve um decréscimo de efetivo. É evidente que interessa perceber as razões para esta diminuição e é isso que nós vamos procurar saber junto dos produtores, para percebermos, também, como é que podemos inverter esta situação. Os produtores de pequenos ruminantes têm de perceber que não é só o apoio que a Câmara dá, que é um contributo para a produção, mas essencialmente a qualidade dos animais que eles produzem e a procura que têm exatamente esses animais. Seja no Natal, seja na Páscoa, seja no Verão, por altura das festas, sabemos bem a procura que tem o cabrito e o anho e sabemos bem, também, que chegamos a um talho e não o encontramos. Também sabemos que o preço é um preço razoável, é evidente que devia haver, enfim, um incremento desta qualidade, mas, digamos que já é um preço diferenciado daquele que nós podemos encontrar em qualquer lado, porque a qualidade também se paga e tem de se pagar efetivamente. Só podemos deixar aqui uma palavra de reconhecimento a estes produtores por serem resilientes, mas dar-lhes também uma palavra de incentivo e dizer que neste momento estão a surgir muitos avisos para apoios comunitários e temos de saber aproveitar cada um desses apoios.»
Nuno Sousa | Cooperativa Agrícola do Barroso (Coopbarroso) - Presidente
«Estamos a falar de um apoio atribuído pela Câmara de Montalegre no âmbito de um protocolo entre a Coopbarroso e o município. Este é um apoio que é dado aos pequenos ruminantes, porque temos verificado que tem havido uma diminuição dos efetivos em relação aos pequenos ruminantes ao contrário do que sucede com os grandes ruminantes. Temos que pensar, como disse a senhora Presidente, temos que nos sentar, temos que perceber o que é que está a acontecer. É uma atividade complicada e exigente, onde os agricultores têm de andar todos os dias com o rebanho no monte, é cada vez mais difícil os jovens quererem esse tipo de fazenda. Optam pelos bovinos porque são animais que conseguem orientar mais facilmente...levam os animais a um lameiro, põem-lhe o fio, depois vão embora e vão dar uma voltinha. Já nem sei se é uma questão de dinheiro, mas é isso que nós temos que perceber, temos de ajudar as pessoas. Através do Fundo Ambiental conseguimos outro tipo de medidas dirigidas a este tipo de produtores para incentivar as pessoas. Vamos tentando e vamos tentando perceber qual a solução, mas é complicado.»
