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Presidente da Câmara de Montalegre pede 'mais ajuda' ao Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social

26 Janeiro 2006
Pedidos foram feitos na sessão solene que antecedeu a inauguração da XV Feira do Fumeiro. Membro do Governo apontou microcrédito como instrumento de desenvolvimento da região.
Fernando Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, reclamou um Plano de Acção Social para o concelho, durante a sessão de boas-vindas ao Ministro do Trabalho e Solidariedade Social, José Vieira da Silva. O pedido foi feito na sessão solene que antecedeu a inauguração da XV Feira do Fumeiro e do Presunto do Barroso.
O autarca de Montalegre sublinhou: «reclamamos medidas de discriminação positiva para bem do país», lembrando ao mesmo tempo que «é uma vergonha para Portugal que os ricos continuem mais ricos e os pobres cada vez mais pobres». Fernando Rodrigues frisou saber que «o ministro Vieira da Silva está profundamente empenhado em mudar esta situação», a par do Governo no seu conjunto, «para que daqui a quatro anos possamos dizer que estamos a viver num país mais justo, mais solidário e mais igualitário».
 
PEDIDOS
FORMULADOS
 
O homem-forte pela condução do Município de Montalegre aproveitou a presença de Vieira da Silva para chamar a atenção para vários problemas. Um deles diz respeito – referiu Fernando Rodrigues – à «injustiça profunda para com o interior, para com este município e para com os 50 municípios que têm barragens no seu território». No caso de Montalegre, o autarca lembrou que «o concelho produz 20 milhões de euros de energia por ano e recebe, em moeda antiga, 16 mil contos de rendas».
Sem parar na argumentação, acrescentou que a questão vem de «sucessivos Governos» e que «falta empenho político para a resolver».
Relativamente ao «diagnóstico social do concelho», que a Câmara mandou elaborar, «apenas confirmou aquilo de que já tínhamos conhecimento», disse, ou seja, acentuada desertificação, grande envelhecimento da população, elevado índice de analfabetismo, insucesso escolar, falta de estruturas de apoio à terceira idade, fraco desenvolvimento industrial e debilidade nas estruturas de comercialização.
Fernando Rodrigues destacou que «temos sectores importantes a explorar como o turismo e os produtos locais», mas «é preciso criar novas mentalidades», a par de «mais formação e investimento».
«Tem de haver um virar de página na questão social do concelho», acentuou Fernando Rodrigues, que apontou o exemplo da Feira do Fumeiro como «potencial económico importantíssimo», capaz de gerar um negócio anual global de cinco milhões de euros. «Este é um forte rendimento para o nosso débil sector agrícola», lembrou o autarca, registando no entanto que «é preciso criar mais aptidões em quem produz», induzindo a tal «nova mentalidade» para que se «consiga retirar o melhor proveito e rentabilidade económico do sector do fumeiro».
 
NÚMEROS
FABULOSOS
 
A Feira do Fumeiro e DO Presunto de Barroso é, inquestionavelmente, o maior evento do seu género na região de Barroso – e não apenas no que toca ao concelho de Montalegre – com organização conjunta da Câmara Municipal de Montalegre e da Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã.
A organização do evento perspectiva uma realização financeira global (no que respeita a vendas directamente na feira e no exterior) à volta de 1,25 milhões de euros, correspondendo a mais de 60 toneladas de produto vendido.
Ao todo, estão inscritos nesta 15.ª edição da Feira do Fumeiro 138 produtores, tendo sido identificados mais de um milhar de animais (desde as inscrições, que abriram em Fevereiro do ano passado).
Registe-se que, numa daquelas que é considerada uma das mais importantes consequências da expansão da Feira ao longo dos anos, existem já 16 cozinhas tradicionais licenciadas, sendo que a venda directa destas infra-estruturas se alarga por um raio de quase 50 quilómetros.
Durante os quatro dias da Feira do Fumeiro – e particularmente no sábado e no domingo – são esperadas, ao todo, em Montalegre, cerca de 50 mil pessoas.
Sabe-se já que as unidades hoteleiras tanto na vila montalegrense como em redor estão com a lotação totalmente esgotada, razão pela qual muitos visitantes que pretendem passar o fim-de-semana em terras de Barroso tiveram que optar por se instalar em hotéis e residenciais dos arredores, nomeadamente Chaves.
Por outro lado, os restaurantes de Montalegre estão desde há muito prevenidos para a enorme afluência que se registará já na sexta-feira mas de modo especial no sábado e no domingo, privilegiando, nas suas ementas, os pratos à base dos produtos derivados do porco, sem esquecer, obviamente, a tradicional e afamada vitela barrosã.
Presidente da Câmara de Montalegre pede "mais ajuda" ao Ministro do Trabalho e da Solidariedade S...