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50 anos de escrita de Bento da Cruz

06 Dezembro 2009
O município de Montalegre voltou a render homenagem ao escritor barrosão Bento da Cruz. Desta feita pelo meio século de escrita. Uma jornada onde a palavra elogio foi protagonista marcada pelo lançamento do último romance do escritor "A Fárria". Fernando Rodrigues, presidente da Câmara de Montalegre, classificou o homenageado como «um símbolo, uma das bandeiras de Barroso!».
A Câmara Municipal de Montalegre organizou uma jornada de celebração dos “50 anos de vida literária de Bento da Cruz”, onde, entre outros factos, foi apresentado publicamente o mais recente livro do escritor barrosão, natural de Peirezes, "A Fárria". Trata-se de «um romance que decorre durante a longa exploração das Minas da Borralha, com momentos prodigiosos e outros de extrema frustração, sofrimento e miséria, um retrato da vertigem mundial que se saldou por uma hecatombe de 56 milhões de mortos e a ruína de vários países e continentes. Entre os canhões de Navaronne, as batalhas do Pacífico e as Minas da Borralha há um elemento comum a ligá-los. Volfrâmio!», sustenta António Chaves, nome encarregue da apresentação da obra.
 
EXALTAÇÃO DO BARROSO
 
O dia de homenagem a Bento da Cruz iniciou, ao principio da tarde, com uma sessão solene nos Paços do Concelho apadrinhada pelo Governador Civil do distrito, Alexandre Chaves, onde várias figuras vivas marcaram presença. Entre vários elogios, merece destaque o discurso de Fernando Rodrigues que não poupou palavras para adjectivar, calorosamente, a trajectória do autor: «Congratulamo-nos com a sua obra pelo repositório que ela encerra, verdadeiro e valioso espólio de um Ecomuseu de Barroso que estamos a construir. Congratulamo-nos com a grandeza do homem, do político e do escritor que há muito conquistou a sua afirmação local, regional e nacional. E se foi e é um artista das letras que tanto exaltou Barroso, também não lhe pesa a consciência de não ter sido verdadeiro. Pode ter cometido o “pecado” de por a nu os costumes, de criticar o padre devasso, o juiz corrupto, o político incompetente, o guarda que rouba, de se insurgir severamente contra a hipocrisia e os traidores, de ridicularizar os ricos e os soberbos. E foi sempre uma voz serena, mas corajosa, contra a tirania, contra as injustiças, pela liberdade, pela democracia e pela solidariedade. A sua obra tem, portanto, muito de política, ainda que nas entrelinhas. Mas a forma, o conteúdo e a expressão da sua escrita, que tem merecido a consagração da crítica literária, suscita apelos e interrogações, motiva interesses, provoca sentimentos de tristeza, de revolta, de alegria, desperta curiosidades e atenção, atrai solidariedades, E trás respeitabilidade aos seus heróis: os Barrosões!».
 
«RECONHECIMENTO
NÃO TEM PREÇO»
 
Sem se deter, o presidente da Câmara de Montalegre falou em honra quando abordou a vida do homem e escritor Bento da Cruz: «Sentimo-nos, por isso, honrados com a sua obra porque toda ela é o nosso retrato fiel e contribui para o reforço da auto-estima local e do nosso orgulho colectivo. Bento da Cruz tem por isso o nosso reconhecimento. E não está tanto no mais alto galardão que a Câmara lhe atribuiu, a medalha de Honra em Ouro, na escolha e atribuição do seu nome para patrono da nossa escola secundária de Montalegre, ou por termos perpetuado o seu nome na toponímia da vila. Não! O nosso reconhecimento não tem medida nem preço para um homem da craveira cultural e literária como é Bento da Cruz». Isto tudo porque, acentuou Fernando Rodrigues, «o nosso reconhecimento está dentro de nós, está preso nas nossa consciências e nos nossos corações e vai durar para sempre connosco e com os vindouros. Porque Bento da Cruz é já um símbolo, é uma das bandeiras de Barroso!». 
 
"A FÁRRIA"
NO AUDITÓRIO
 
Finda a sessão solene, a comitiva caminhou para o Pavilhão Multiusos onde foi apresentado o livro "A Fárria". Porém, antes ainda houve oportunidade para observar uma exposição sobre o passado das Minas da Borralha (temática central do livro) patente ao público no átrio do Multiusos. Ainda nesta cerimónia merece sublinhado a passagem de um documentário que fez uma abordagem, séria, sobre a história das Minas da Borralha, instituição que chegou a empregar mais de 1600 trabalhadores e que encerrou portas em 1986.
 
«O BARROSO
NÃO ME DEVE NADA!»
 
Na palestra discursou o editor do livro, António Baptista Lopes, o historiador barrosão Barroso da Fonte, a mestranda sobre a obra de Bento da Cruz, Ana Lídia Lopes e António Chaves que apresentou "A Fárria" referindo, entre outros considerandos, que estamos perante «uma das obras de Bento da Cruz com mais condições de perdurar na memória dos barrosões».
Todavia, o momento alto foi assinado por Bento da Cruz que não escondeu a tremenda emoção que o invadiu a ponto de não se conter perante uma plateia que o ouvia religiosamente. O escritor encerrou deste modo: «o Barroso não me deve nada. Eu é que devo tudo ao Barroso».
 
BENTO DA CRUZ
 
Refira-se que Bento da Cruz tem sido alvo de várias homenagens por parte da Câmara Municipal de Montalegre. Exemplo disto mesmo está a entrega da Medalha de Mérito no 9 de Junho de 1991. Trata-se do «homem que melhor retrata o barrosão», garante Orlando Alves, vereador da cultura do município de Montalegre. O escritor, recorde-se, está perpetuado na toponímia da vila de Montalegre sendo também patrono da Escola Secundária.
50 anos de escrita de Bento da Cruz
50 anos de escrita de Bento da Cruz
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